segunda-feira, 14 de março de 2011

Sofrimento Incurável


Vim da minha terra distante
Para dizer-te que sinto saudades…
De cada toque, de cada beijo, de cada suspiro…

Ainda que tenha sido noutra década,
Ó mar salgado!
Choro pelo meu marinheiro que se perdeu
Nas tuas ondas e me deixou perdida!

Vim do meu eterno sofrimento
Suplicar-te que me leves junto,
Implorar-te, ó mar salgado,
Para que estas lágrimas sejam o sal
Da tua alma amargurada!

Deixa-me reviver os momentos de ternura,
Ouvir as palavras doces daquela boca
Que muitas vezes me deixou sem fôlego…

Ó mar salgado!
Quantas mais lágrimas serão derramadas
Para me trazeres de volta o meu marinheiro?

terça-feira, 8 de março de 2011

Distúrbio Cruel



Tenho um ódio em mim que me faz querer gritar
Tenho uma dor dentro de mim que me faz querer matar

Olho para ti como se fosses um mero peão irritante
Quando na verdade te desejo torturar,
E se não me obrigo a ficar em mim posso
Até chegar além dos limites compassivos

Odeio-me por ser tão clemente que nem
Consigo libertar o monstro que se esconde,
Por vezes até penso em ti como um alvo a abater

Não suporto pessoas nem a falsidade
Que cada uma suporta,
Por um sorriso delas sou capaz de me odiar ainda mais,
Pois não tenho sentimento capaz de as estimar

Ai, talvez eu devesse matar alguém!
Gritar e deixar a raiva controlar-me!
Talvez eu devesse matar alguém!

Sinto a loucura subir à cabeça
E caio no chão frio calada
Ansiosa por um ataque que me leve
Deste mundo, para bem longe de vocês!

Agora posso sorrir entre lágrimas quentes
E já nem quero matar,
Suplico-me para eu mesma morrer,
Sou mentirosa e louca,
Sou demente e faço pessoas sofrerem

Arrasto-me para um canto sem saber o que fazer,
Devo matar? Devo cair na tentação de Tânatos?
Ou será que devo rir das vossas desgraças?

É a raiva! É o ódio! É o tédio!
Agarro-me aos cabelos em desespero,
Dantes sofria e a culpa tinha de ser minha,
Agora o fardo também é teu e vosso
Mas agradeço por me tirarem um pedaço humano

E a cada passo que dou escolho
Não sentir, escolho odiar,
Escolho o caminho mais fácil para te manter no escuro
Ninguém jamais poderá saber,
É desumano, é complexo demais para
Descrever em palavras cruas ou sofridas

E de novo vem a dor!
Ninguém jamais poderá saber…

Mas se o segredo for revelado
Vou acabar por matar alguém
Ou então vou destruir-me,
Não por vocês, mas por mim que mereço alguma paz.