Tenho um ódio em mim que me faz querer gritar
Tenho uma dor dentro de mim que me faz querer matar
Olho para ti como se fosses um mero peão irritante
Quando na verdade te desejo torturar,
E se não me obrigo a ficar em mim posso
Até chegar além dos limites compassivos
Odeio-me por ser tão clemente que nem
Consigo libertar o monstro que se esconde,
Por vezes até penso em ti como um alvo a abater
Não suporto pessoas nem a falsidade
Que cada uma suporta,
Por um sorriso delas sou capaz de me odiar ainda mais,
Pois não tenho sentimento capaz de as estimar
Ai, talvez eu devesse matar alguém!
Gritar e deixar a raiva controlar-me!
Talvez eu devesse matar alguém!
Sinto a loucura subir à cabeça
E caio no chão frio calada
Ansiosa por um ataque que me leve
Deste mundo, para bem longe de vocês!
Agora posso sorrir entre lágrimas quentes
E já nem quero matar,
Suplico-me para eu mesma morrer,
Sou mentirosa e louca,
Sou demente e faço pessoas sofrerem
Arrasto-me para um canto sem saber o que fazer,
Devo matar? Devo cair na tentação de Tânatos?
Ou será que devo rir das vossas desgraças?
É a raiva! É o ódio! É o tédio!
Agarro-me aos cabelos em desespero,
Dantes sofria e a culpa tinha de ser minha,
Agora o fardo também é teu e vosso
Mas agradeço por me tirarem um pedaço humano
E a cada passo que dou escolho
Não sentir, escolho odiar,
Escolho o caminho mais fácil para te manter no escuro
Ninguém jamais poderá saber,
É desumano, é complexo demais para
Descrever em palavras cruas ou sofridas
E de novo vem a dor!
Ninguém jamais poderá saber…
Mas se o segredo for revelado
Vou acabar por matar alguém
Ou então vou destruir-me,
Não por vocês, mas por mim que mereço alguma paz.