sábado, 6 de fevereiro de 2010

Escrava Eterna da Morte




Doce ilusão do meu destino soturno,
Sonhos perdidos na fonte que me alimenta,
Amarga solidão que tanto venero
Para sempre presa na minha escuridão

Imperfeitas linhas traçadas no meu papel
Manchadas pelo sangue que goteja do meu coração,
Lágrimas negras que vertem do rio da minha alma
Dissecam no vazio da minha mente

Macabras são as palavras proferidas da minha boca
Que sem piedade me desfaço da minha veia sentimental
Ardendo-a na fogueira fúnebre,
Cantando as boas vindas á Morte tantas vezes cobiçada

Ah! Se eu pudesse ser como ela!
Fria, impiedosa e amarga!
Se fosse como tu, ó minha morte imaculada!
Faria com que a minha vida fosse a mais desumana,
A mais grotesca só para satisfazer a tua sede
E o fim seria igualmente monstruoso!

Pensamentos insanos de uma mente cansada
Que se tornou assim umas das prestáveis
Escravas da Morte,
Fazendo da vida a sua vítima imortal
Amaldiçoando-a pela existência
De tal anomalia que consome as almas solitárias.

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