Tenho saudades de querer morrer,
Olhar no espelho o reflexo da alma
que jaz
No meu corpo crucificado, maltratado…
Tenho saudades de sangrar em dor e
implorar
A esta vontade mórbida que me faça
carne morta…
Cometi o erro fatal de querer nascer,
Sou culpada de mim mesma…
Quem me dera a mim querer morrer…
Sinto falta de falir em sonhos
constantes,
Da morfina mental que iludia o meu
coração,
Sinto falta de acreditar em mentiras,
Dormir para esquecer suspiros doentes
na minha pele…
Sou hoje um pedaço reconstruído da
dor que deixaram em mim,
Cultivo pensamentos e procuro por
sentimentos que me façam viver
Além desta azáfama cercada de lobos
famintos que me esperam
E se ocultam em lazeres fedorentos e
corruptos
Não tenho mais ar para respirar sob
as tuas falsas palavras,
Sou independente do teu amor fraternal,
Recuso olhar nos teus olhos e ver que
não sabes estimar
Quem sou, ou que algum dia te
pertenci… Tenho nojo desse sangue…
Caminho livremente sem asas,
despreocupada deste mundo infiel.
Sou peão de estradas mirabolantes que
invento a cada segundo.
Não tenho destino escrito em páginas
borradas de tinta escarlate,
Apenas me perco em atalhos que me
levam de volta ao início a
Uma jornada que se repete de minuto a
minuto…
Serei nada mais que um corpo vazio ao
fim do dia,
Percorro cantos do mesmo sítio em
busca de um elixir
Que retire partes insanas entranhadas
em mim…
Sou nada mais que um recipiente jogado
na terra…

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